terça-feira, 10 de julho de 2012

Juramento à Ordem - Capítulo 9: Exílio


Lekar - O Julgamento da Alma? ...Céus...a quanto tempo tal habilidade não era usada? 2, 3 anos? Realmente sente que isso é necessário, majestade?

Drak - Sim, já tomei minha decisão. Não vou mais arriscar a segurança de meu povo deixando tal monstro a solta. Os cross'es cuidarão disso. Contacte-os e deixe-os cientes de minhas ordens.

Lekar - Sim, majestade.

O curandeiro fez o requisitado, e muitos Keisatsus se prepararam para levarem o pecador até o julgamento. Se dirigiram até a casa de Sonan e esperaram que ele saísse para o levarem. Não demorou muito para que isso acontecesse.  

Keisatsu - Você vem conosco.

Sonan - Porque eu deveria? - Ele se pôs em guarda, esperando algum ataque dos juízes.

Neste momento, um outro Keisatsu o golpeou por trás, derrubando-o no chão. Este então pegou algemas bastante diferentes das tradicionais e algemou Sonan, que ainda tentava entender o que havia acabado de lhe acontecer.

Keisatsu #2 - PORQUE ORDENAMOS, SEU LIXO! - Ele levantou o rapaz puxando-o pelo cabelo e o jogou dentro de um veículo projetado especialmente para levar criminosos muito perigosos.

Lá dentro, Sonan notou que haviam 2 outros Keisatsus junto com ele. Usavam a mesma armadura convencional dos agentes da lei, numa tonalidade prateada, e empunhavam lanças que emanavam uma energia parecida com eletricidade de suas extremidades. Apenas parecia, porque não era eletricidade de fato.

Sonan - Caralho! Tem 2 juízes junto comigo? Os "implacáveis representantes da lei" foram presos? Que ironia!

um dos cavaleiros, sem dizer absolutamente nada, encostou sua arma em Sonan, fazendo-o levar um choque.

Sonan - AAAAAAAAAAAAAAARRRGHHH!!!! FILHO DA PUTA! VAI ENCOSTAR ISSO NA SUA MÃE!!!

O outro fez a mesma coisa, ainda sem que qualquer som saísse de sua boca escondida por sua máscara.

Sonan - AAAAAAAAAAARGHHHHH!!!!!

Dessa vez, os dois agiram em conjunto.

Sonan - ...

O rapaz preferiu se manter calado, percebeu logo que sempre que falasse seria eletrocutado.

Então o veículo chegou ao local. O Keisatsu que estava dirigindo junto com seu parceiro saíram do caminhão e se dirigiram até a traseira. Abriram as portas e Sonan saiu, sendo seguido pelos Keisatsu prateados, inocentemente chamados por ele de "calados".

Ao sair, Sonan percebeu que não estavam num local movimentado, sequer habitado. Era uma área isolada do resto das moradias, com uma grama relativamente baixa. Havia um pântano por perto, que emanava uma névoa densa, espalhando-se até a área onde Sonan e os juízes estavam.

Sonan - WTF?!

Um dos "calados" se dirigiu um pouco mais a frente. Girou sua lança, e acertou um golpe com a mesma no chão. Ao fazer isso, surgiu uma luz da terra que veio a se tornar uma espécie de portão. Um portão no meio do nada? "Eu deveria largar a maconha de vez?" pensou ele. Antes de pensar mais profundamente a respeito, Sonan usou suas unhas para serrar as algemas que estava usando.

Tal tarefa estava difícil, as algemas eram resistentes. Foi quando aquela voz surgiu:

Kyofu - Sonan, se comunique comigo apenas com seus pensamentos. Agora ouça: Notou que está próximo a um pântano?

Sonan - Sim...

Kyofu - Pois bem, sabe que aqui existe a Névoa Diabólica, não é mesmo? Por isso todos estão usando tais máscaras.

Sonan - Aonde quer chegar?

Kyofu - Respire fundo.

Sonan - Ficou doido?! Eu vou morrer se respirar essa névoa!

Kyofu - Confie em mim. Rápido!

Sonan acatou a ordem, e respirou o mais fundo que conseguiu. Sentiu seus pulmões esquentarem. Ao espirar o ar, saiu um gás parecido com fumaça de seu nariz.

Sonan - Quer me matar?!

Kyofu - Agora espere. Continue serrando as algemas, e espere o meu sinal.

Sonan - Sinal para...?

Kyofu - Assoprar.

Sonan - õ_ô Hein?

Kyofu - Isso mesmo. Ao meu sinal, quero que libere todo o ar de seus pulmões.

A conversa demorou uns pouquíssimos segundos. Todos os Keisatsus estavam rezando, inclusive os "calados". O portão se abriu, revelando ser uma espécie de portal, levando a um palácio . Sonan pode ver um corredor repleto de pilares e quadros nas paredes além do portão.

Ele então foi brutalmente empurrado pelos "calados", e se pôs a caminhar sendo escoltado pelos Keisatsus. Discretamente, ainda tentava serrar as algemas que o prendiam. Percorreu pelo corredor olhando para os quadros. Todos retratavam o Danshaku, Drak, em vários momentos de glória. Um dos quadros chamou atenção de Sonan. Nele representava o imperador tocando um instrumento que parecia ser uma Ocarina, e uma criatura negra com as sombras, ajoelhada, agonizando, parecia sofrer com a música.

Sonan - Cacete, como o bicho tá se contorcendo de dor por causa de uma música? Que merda é essa? õ_õ

E novamente, mais um choque. "FILHA DA PUTA! ESPERA SÓ EU ME SOLTAR! VOU ENFIAR ESSA LANÇA NO SEU RABO, DESGRAÇADO!" Pensou.


Enfim ele conseguiu serrar as algemas, mas manteu seus braços juntos, para manter a ilusão de que ainda estava preso. Chegou ao final do corredor e nele havia uma sala circular, estampada no chão o símbolo Ying-Yang. Haviam 4 camarotes espalhados ao longo da sala, e neles haviam os últimos seres que Sonan jamais imaginou que iria encontrar. Vestidos com mantos que mesclavam entre o preto e o branco, representado o equilíbrio. Suas faces ocultadas de forma a lembrar o imperador Gestrain, com o negro por sobre seus rostos, olhos azuis e cintilantes que se destacavam na escuridão, e 2 chires ainda representando as trevas, saindo de suas faces, que poderiam ou não serem reais. Havia uma numeração em seus camarotes, sendo que do 1 ao 2 era representado por um anjo, e a contagem era feita através de suas asas, e do 3 ao 4 era por um anjo de asas negras.

Os Cross, a supremacia dos Sudiya. Aqueles que criaram as leis de Kuraiza e estão acima de todas elas. São os únicos que saíriam impunes caso cometessem algum crime, mas nenhum seria insano para fazê-lo. 2 Cross'es representavam Absolção e Perdão, e os outros 2 representavam a Punição e Castigo.

"Cacete, se odeiam tanto o Gestrain, porque o homenageiam tanto? Vai entender esses negos... e-e"

O julgamento então teve início:

Todos os Cross'es falaram em conjunto. Suas vozes não transmitiam qualquer emoção, ao mesmo tempo que transmitiam uma grande autoridade.

Cross'es - Sonan Kodoku, 17 anos, de Escorpião, nascido no dia 6 de Novembro, pertencente a raça...

Kyofu - Fique alerta. Está quase na hora.

Sonan - FILHO DA PUTA! JUSTO QUANDO EU IA SABER MINHA RAÇA?!

Kyofu - Eu lhe conto depois. Agora, se concentre!

Cross'es - ...Atingiu o estado de Profano ao ferir gravemente o Danshaku, tornando-se uma ameaça a segurança de todos, até de si mesmo. Sua sentença será: EXÍLIO!

Todos os Sudiyas presentes ergueram suas armas e gritaram em conjunto, até mesmo os "calados"

Sudiyas - EXÍLIO! EXÍLIO! EXÍLIO!

O chão começou a brilhar. Símbolos surgiram dele. Sonan estava confuso. Os cross'es saíram de seus camarotes e se posicionaram em volta da sala, junto com os outros Juízes.

Todos se ajoelharam. Juntaram suas mãos. Diziam palavras em algum idioma que Sonan acreditava conhecer, mas não lembrava.

Kyofu - Agora!!!!!

Sonan encheu seus pulmões, e então soltou o ar. Mas ao invés de ar, saíram chamas. Chamas escuras. Ele se levantou, e incendiou todo a sala. Continou a soprar até que as chamas se dissiparam. O resultado foi um local totalmente incendiado e destruído.

Sonan - CARAI! Foda! \o\ - O garoto desconhecia seu poder, e ficou abismado com ele.

Kyofu - Deixe para comemorar depois. Vá! Corra!

O garoto se pôs a correr em direção ao mesmo portão pelo qual entrou. Mas ela não estava mais lá.

Sonan - Cadê a porta? Eu podia jurar que tinha uma aqui...

Kyofu - Aquilo era um portal.

Sonan - Qual a diferença?

Kyofu - Está olhando para ela.

Sonan - Certo...então o que eu faço? - Mesmo que todo o lugar estivesse completamente em chamas e cada vez mais e mais perto de desabar, o rapaz não demonstrava qualquer preocupação com o que poderia lhe acontecer se não saísse de lá.

Kyofu - Espere - A ave também não se preocupava com uma sala prestes a desabar sobre sua cabeça. Juntou suas asas e disse as mesmas palavras que os juízes haviam dito anteriormente para fazer o portão surgir. Então ressurgiu a fenda entre a sala e o resto de Kuraiza. Sonan passou por ela, sendo seguido por Kyofu.

Eles saíram em uma área pública, no centro do vilarejo. O lugar estava muito movimentado, pessoas entravam e saíam de lojas, caminhavam de um lado para o outro. A essa altura, todos já sabiam sobre Sonan, e todos o temiam.

Comerciante - Vejam! É aquele moleque!

Todos viraram seus olhares para o rapaz. Então correram de um lado para o outro em pânico, desesperados por suas vidas. Um menino esbarra em Sonan e cai no chão. Ele se arrasta para trás desesperado, até que sua mãe chega, o levanta e antes de partir em retirada, grita para Sonan deixar seu filho em paz.

Sonan - Cacete, só de estar aqui eu fiz isso?

Kyofu - Sim.

Sonan - Foda! \o\

Kyofu - Agora fuja.

Então novamente se pôs a correr. Não se sentia cansado, apesar de ter corrido bastante. Por onde passava, todos se desesperavam. Acreditavam mesmo que aquele que passava por todos era um monstro e por onde surgisse não deixaria nada além de destruição, caos, discórdia, medo.

Durante o caminho, ele esbarrou com Chizuru, que saía de uma loja com uma sacola. Por algum instante, os dois se olharam nos olhos. Mas não durou menos de 10 segundos, logo Sonan estava correndo novamente. Chizuru tentava entender o que havia acabado de acontecer, e se havia visto olhos tão cheios de angústia, desespero e ódio iguais aqueles em algum outro lugar. E Sonan pensou se já havia visto alguém tão bela em outro lugar. A resposta foi positiva.

Então ele tropeçou. Antes que pudesse se levantar, aquele que o derrubou, o imobilizara, e muitos outros surgiram e fizeram o mesmo. Sonan sequer pode notar se eram Sudiyas, Lekars, Efinders, pessoas, monstros. Estava totalmente imobilizado, sequer podia mexer seu rosto. Todos o mantiveram ajoelhado de cabeça abaixada. Então, pela segunda vez, ele viu o chão brilhar e escutou novamente aquela reza. Dessa vez, nada pode fazer. Sentiu seu peito esquentar, arder, talvez até queimar. Sua cabeça doía e sentia tontura. Sua visão ficou turva, e mesmo sentindo que ninguém mais estava segurando-o, ainda não conseguia se mexer.

Então surgiu a escuridão. Aquela escuridão tão familiar, tão comum. Sonan já estava acostumado a ver o vazio negro a sua frente. Recuperara sua mobilidade, mas não podia enxergar seu corpo. Não durou muito, logo o cenário a sua volta se revelou. Apenas...chão, grama, e o céu. Solidão era outra coisa que Sonan já estava acostumado. Também não durou muito, logo surgiu Kyofu.

Sonan - Então você também está aqui.

Kyofu - Sim, mas por opção. Não teria vindo para cá se eu não quisesse.

Sonan - Interessante...e...onde estamos?

Kyofu - Em Ifreann Ar Domhan.

Sonan - Traduzindo para o meu idioma...

Kyofu - A terra para onde todos são exilados.

Sonan - Exilados? O_O

Kyofu - Sim.

Sonan - Então eu fui...

Kyofu - Exilado? Foi sim.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Ressurreição! Resurrection! 復活! Resurrezione! قيامة!

SIM, EU NÃO ESTOU MORTO! Mas matei o blog, não?

Cacete,  1 MÊS SEM POSTAR! Vocês devem querendo a minha cabeça numa bandeja, não é?

Se quiserem vir aqui pegá-la, não lutarei, mas saibam que se fizerem isso o blog acaba, não?

Bom, eu queria dizer que esse abandono foi por causa de estudos e brá-brá-brá, mas seria mentira, porque a minha vida é mais parada que foco de dengue.

Para responder suas perguntas do porque do abandono, eu lhes dou 2 opções:

1 - Tive diversos problemas emocionais, nada grave, mas que atrapalhou bastante meu senso criativo.

2 - PORQUE EU SOU UM PREGUIÇOSO DE MERDA, FILHO DA PUTA DO CARALHO SEM COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE COM NADA QUE EU TENHA FEITO, SABENDO QUE TENHO LEITORES E QUE DEVO A ELES!!!! QUE O DIABO ME CARREGUE!

Fiquem a vontade para escolher.

Eu queria MUITO prometer que as postagens semanais voltariam, mas sinceramente, só posso prometer que VOLTARÃO, e vou me esforçar para postá-las no mínimo a cada 2 semanas, e se o universo cooperar, talvez em menos tempo. Seja o que Deus quiser!

E aproveitando, eu pergunto:

Querem capítulos longos como o 8, do tamanho tradicional, menores que o tradicional, maiores que o 8 (Ai de mim!)??

Deixem nos comentários suas opiniões, tanto sobre minha pergunta, quanto sobre o que aconteceu!

Ou votem na enquete! Façam o que quiserem, só não botem fogo!

Certo? Errado? Obrigado pavão, nos vemos no Inferno ou em qualquer outro lugar que nos encontremos!

Até lá!


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Juramento à Ordem - Capítulo 8: Pesadelo


Logo que chegaram as suas respectivas moradias, não pensaram duas vezes. Tanto Akai quanto Ash se jogaram em suas camas e nada os faria acordar. Sonan se deitou calmamente, pois sabia o quão debilitada estava sua cama, e que qualquer movimento brusco a quebraria. Ele ficou olhando para o teto, pensando...coisa que muitos de nós já fizemos.

Kyofu - Não vai dormir, rapaz? Não me diga que está sem sono. Vejo em seu semblante que está completamente esgotado. Vá, descanse, você merece.

Sonan - Não é isso...é que...eu não gosto de dormir a noite...

Kyofu - Você tem medo do escuro? Essa escuridão toda só me deixa mais tranquilo.

Sonan - Não...é que...a noite...eu tenho...pesadelos muito piores.

Kyofu - Como assim "Muito piores?"

Sonan - Eu tenho pesadelos o tempo todo, sempre. Nunca tive um sonho bom na vida. Mas a noite...eles são mais horríveis...mais assustadores...mais tenebrosos...é impossível pra mim dormir com aquelas imagens na cabeça.

Kyofu - ...Você parece um garotinho inocente que eu conheci faz muuuuuuuuito tempo...como ainda me lembro dele é um mistério.

Sonan - Você é um maldito pássaro que fala dentro e fora da mente das pessoas. Tem mesmo certeza que o mistério é você ainda lembrar dele? '-'

Kyofu - Hehehe...você de fato se parece com ele. E eu achando que a única semelhança eram seus nomes.

Sonan - Ahh...tipo assim...pessoas chamadas "Sonan", é o que não falta por aqui. Aliás, é o que não falta em lugar nenhum. Posso contar nos dedos as pessoas que conheci que não se chamavam "Sonan"

Kyofu - Tsc...vocês são idênticos. Tem certeza que não são a mesma pessoa?

Sonan - E quem é esse moleque?

Kyofu - Ninguém em especial...apenas...Sonan Kirian, a--

Sonan - Sei, sei, "A Lâmina do Esplendor", "O Corte da Esperança", "A Espada Salvadora", "O Sabre de Deus", blah-blah-di-blah-blah. Já cansei de ouvir isso. Prometi a mim mesmo que mataria o próximo que me dissesse isso.

Kyofu - Então deveria cometer suicídio, não?

Sonan - ...A partir de agora.

Kyofu - Enfim. Sempre pensei que ele fosse único, mas estava enganado.

Sonan - Nooooooossaaaaaaa, queeeeee legaaaaaal, eu sou igual ao nosso herói, viva.

Kyofu - Porque esse tom irônico?

Sonan - Porque não gosto nem um pouquinho dele. Ele matou o Gestrain. E daí? Só por isso devo idolatrá-lo? Só por isso não posso ser melhor que ele? Só por isso devo dedicar minha vida a homenagear alguém que eu nem conheço e nem tenho certeza se realmente fez uma boa ação? E se ele foi o verdadeiro vilão? E se Gestrain fosse inocente? Ele deu ao imperador a chance de se explicar? Ele o matou por um motivo válido?
Não me surpreenderia nem um pouco se soubesse que ele fez isso pra tomar o cargo de imperador. Não gosto dele, e nem de ter o mesmo nome que ele. Se eu pudesse eu me chamaria "Wrath", não "Sonan".

Kyofu - Entendo...então você sente inveja, não é? - Kyofu estava apenas provocando.

Sonan - ¬¬. Vá se ferrar.

Kyofu - Eu faço isso depois. Agora vá dormir. Você terá de se preparar, pois irão dar uma recompensa maior que o Colossus Palace pela sua cabeça.

Sonan - E porque?

Kyofu - Você causou um ferimento no Danshaku que mataria qualquer pessoa comum. Vão caçá-lo como um animal.

Sonan - Que venham, eu não tenho medo. Irei colocar fogo naquele castelo, estuprar e matar a princesa, e declarar guerra contra esse lugar se for necessário. Não irão me intimidar com armas de madeira movidas a gás. Eu não sigo regras nem faço as minhas, eu faço o que eu quiser e ninguém me impedirá.

Kyofu - Confiança, teu nome é Wrath.

Sonan - '-'...

Após alguns minutos de silêncio, uma dúvida passou pela mente do rapaz:

Sonan - Kyofu...

Kyofu - Sim?

Sonan - Você me escolheu como o dono da espada tendo alguma informação sobre mim, ou simplesmete escolheu o primeiro zé roela que viu na rua pedindo trocados?

Kyofu - Para ser sincero, foi a segunda opção. Mas eu fiz a escolha certa. Você até agora só tem me surpreendido. E também tenho uma pergunta para ti.

Sonan - Diga.

Kyofu - Porque ajudou uma senhora com um coração tão selvagem e cheio de ódio?

Sonan - Como você sab...esquece...enfim...não fiz por bondade.

Kyofu - Como assim?

Sonan - Fiz porque era um favor simples demais para recusar. Eu tenho força para carregar uma caixa e não estava fazendo nada. Porque dizer "não"?

Kyofu - Isso faz tanto sentido que fico impressionado. Bom, já está amanhecendo. Tente dormir um pouco agora.

Sonan, que até então estava lutando contra o cansaço, entregou a vitória, se deixando levar pelo sono e adormecendo rapidamente.

.

.

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Na enfermaria do palácio, o imperador estava descançando. Havia acabado de ser operado e ninguém presente ali, fosse médico, enfermeiro ou paciente conseguiria imaginar que o próprio imperador teria sido ferido de uma maneira tão profunda e brutal e como um humano havia sobrevivido a aquilo. Bom...talvez não fosse um humano...

Nesse momento, uma mulher que aparentava ter 20 anos adentra rápidamente pela enfermaria, e em seu rosto, uma expressão de puro desespero. Seu cabelo escuro caia sobre o rosto, tampando seu olho direito, e por mais que tentasse, não conseguia evitar que umas poucas lágriams caíssem. Trajava um vestido branco que aparentava ser de um tipo que somente os mais ricos conseguiriam comprar, visto sua quantidade de detalhes. Usava um colar de ouro puro cravejado com esmeraldas. Logo que adentrou na sala onde Drak estava descansando, não conseguiu mais segurar: Chorou desesperadamente.

Drak - Calma, calma...eu vou ficar bem...prometo...não chore, Chizuru, vamos...eu já passei por coisa muito pior...

Chizuru - NÃO!!!! NÃO!!!! NÃO PASSOU!!! NINGUÉM NUNCA TE MACHUCOU DESSE JEITO!!!! QUEM FEZ ISSO COM VOCÊ, PAPAI?! QUEM?????? ELE VAI MORRER, ELE VAI!!!! - A menina não suportava ver seu pai dessa maneira. Suas lágrimas escorriam pelo seu rosto como chuva na janela.

Drak - Não diga isso, Chizuru...o perdão é a mais forte das ferramentas, lembra?

Chizuru - MAS NÃO TEM COMO PERDOAR ALGUÉM QUE TENHA FEITO ISSO A VOCÊ, PAPAI!!!!!

O imperador acariciou o cabelo de sua filha de leve na esperança de confortá-la.

Drak - Minha filha...se você não se acalmar, só vai piorar meu estado...por favor...se acalme...

Neste momento, um Lekar entrou na sala, trajando uma armadura prateada e um macacão preto por baixo. O brasão da elite do império estava destacada em sua ombreira, e possuía um olhar calmo como o mar.

Lekar - De fato, senhorita. Desespero só aumentaria a pressão de vossa majestade, e isso seria a pior das opções. Tente tomar um gole d'água e volte aqui quando já estiver calma. Nada de ruim acontecerá ao Danshaku enquanto eu estiver vivo, prometo.

Chizuru - T-tudo bem... - A voz do curandeiro era tão suave que a deixou mais tranquila. Enxugou suas lágrimas, e se dirigiu ao refeitório.

Lekar - Bem, majestade, tenho boas notícias a você.

Drak - Então diga.

Lekar - A operação foi um completo sucesso e as feridas irão cicatrizar em 3 meses, e estou muito surpreso com isso. Eu esperava pouco mais de 6 meses ou até um ano. De fato, temos um líder ótimo. Mas eu ainda me pergunto que objeto foi capaz de causar um ferimento tão profundo.

Drak - Foi a Yuda, que estava sendo empunhada por um rapaz obstinado. Infelizmente até o mais sagrado dos objetos pode se tornar um perigoso artefato de destruição e caos nas mãos erradas, e temo que aquele garoto cause mais tragédias com tal arma de valor.

Lekar - OH! A Yuda? A lendária arma empunhada por Sonan Kirian usada para destruir o imperador Gestrain? E ela está nas mãos de um cavaleiro profano agora? É motivo de alarme e pânico para muitos. E eu acho curioso notar que a tradução da palavra "Yuda" no idioma nativo da tribo Kodoku para o nosso seria "Ruptura" e ela foi usa para...bem...causar uma ruptura...

Drak - Poético, não é?

Lekar - Sim. Bem...o que pretende fazer, majestade?

Drak - Eu sinceramente, odeio ter que tomar tal atitude, mas não é a primeira vez que recebo registros de crimes cometidos por aquele rapaz. E essa foi a gota d'água, não apenas para mim, mas para toda Kuraiza. Aquele garoto é uma ameaça para todos nós e eu não posso permitir que ele continue a solta. Será necessário...

.

.

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Sonan estava num local muito escuro. Não se podia ver absolutamente nada lá, a escuridão consumia toda aquela área. Tudo que Sonan podia ver era uma névoa que rodeava todo o lugar e só tornava sua visão ainda pior. Sentia estar pisando na grama, mesmo que tudo que visse fosse o negro. Caminhou tranquilo, como se já soubesse onde estava, mas ainda se mantinha alerta, pois, se ele de fato sabia onde estava, se manter atento era a melhor opção.

Sonan - Vai começar tudo de novo...

Aos poucos a escuridão ia se dissipando dando lugar a um cinza. O lugar ganhara a aparência de um leve clarear de dia. Não apenas isso, mas algumas poucas casas começavam a surgir, e com isso, a escuridão se tornou uma vila ao amanhecer. Quem diria que uma caminhada traria uma mudança tão drástica, não?

Sonan - Então estou aqui novamente... -Respirou fundo- lá vou eu...

O garoto entrou em algo que parecia ser uma farmácia, vista a quantidade de remédios e objetos de medicina. Vasculhou um pouco o conteúdo do local até encontrar uma caixa com faixas, usadas para conter ferimentos. Abriu-a e começou a enfaixar seu braço esquerdo. Assim que terminou de enfaixar seu ante-braço e sua mão completamente, começou a enfaixar seu braço direito. Logo que acabou, fez o mesmo com as duas pernas, enfaixando as duas canelas e parte das coxas. O que ele queria fazer? Se fantasiar de múmia? O fato é que seus punhos seriam sua única defesa contra o que viria a seguir e por algum motivo, ele acreditava que tais faixas o ajudariam.
Logo que terminou tudo, se dirigiu para fora da farmácia, e passou a caminhar pela vila, na esperança que estivesse pronto para o que viria.

Neste momento, ele avista um vulto cambaleante que surgia do horizonte. Logo se pôs em guarda e procurou se aproximar lentamente, sem o menor movimento brusco.

O vulto cambaleante logo se mostrou ser uma mulher, com o corpo completamente destruído e mastigado, o rosto deformado, cada centímetro completamente acabado. Estava carregando algo que parecia ser um coração, e parecia tentar gritar, mas sua voz saía com muita dificuldade.

Sonan - Fudeu.

Assim que o avistou, o monstro atirou o coração que estava em sua mão contra o rapaz, e este o rebateu com um chute, atirando-o para outro lugar. Logo após isso uma explosão aconteceu.

Imediatamente, ele ouviu uma doce canção. A voz suave e calma quase o hipnotizava, mas ele manteve a concentração. Avançou contra a criatura deformada, a ergueu e a atirou na fonte da voz, da qual ele sabia de onde vinha. Não quis saber se os montros haviam morrido; Se pôs a fugir dali, com medo de que mais criaturas viessem. Durante a fuga, encontrou diversas outras criatuas, ignorando-as e derrubando outras. Se dirigiu até um beco e sentou ali, para descansar.

Sonan - Arf, arf...quando isso vai acabar? Não aguento mais! O que falta?

Ouviu um barulho alto; Pareciam passos, passos bem pesados. Algo grande estava se aproximando, e muito rápido.

Sonan - ...

A parede da qual estava encostado foi completamente demolida. Ele rolou para o lado e por pouco escapou, quando se deparou com uma fera de pedra. A fera aparentava ser uma estátua viva, e nela estava esculpido um grego, com as vestimentas tradicionais da Grécia e um grande martelo, com algo que pareciam dentes no final do martelo.

Sonan - PUTA MERDA!!!! - O garoto tentou se levantar para fugir, mas a fera foi mais rápida; Acertou o pé de Sonan com o martelo, amassando-o feito uma latinha vazia.

Sonan - AAAAAAAAAAAAARRRRRRR!!!!!!! - Sentiu uma dor imensa, e antes que mesmo debilitado tentasse fugir novamente, a fera o puxou pela perna, e o atirou dentro da casa cuja parede fora demolida. Ele acertou uma prataleira, derrubando-a. Estava desnorteado, mal recobrou a consciência e lá estava a fera de novo, que o atingiu um poderoso soco no peito. Sentiu suas costelas se quebrarem. O monstro o pegou pelo rostou, e o atirou no chão, fazendo Sonan cair de bruços. A besta pisou em suas costas, queria terminar de quebrar o resto dos ossos do rapaz. Sonan nada podia fazer contra, era como se 200kg fossem forçados contra suas costas. Quando já havia se divertido com a tortura, a fera simplesmente, acertou uma martelada na nuca de Sonan, tirando a vida do garoto.

Então ele acordou. Levantou desesperado, estava sem camisa, e suando muito. Sua respiração estava ofegante, e sentiu doer seu pé, suas costas e sua nuca. Foi bastante real, mas Sonan sabia que não passava de um pesadelo.

Kyofu - Nossa, que terrível. Levou uma surra daquela coisa de pedra, hein?

Sonan - o_o...

Kyofu - =D

Sonan - ...Eu vou tomar um banho agora...

Sonan levantou da cama, pegou sua blusa e se dirigiu até o pequeno lago a frente da casa do qual usa para tomar banho. Assim que abriu a porta da moradia, se deparou com um grupo de 15 Keisatsus, e a insígnia prateada nas capas pretas de cada um demonstrava que eram de elite.

Keisatsu - Você vem conosco.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Juramento à Ordem - Capítulo 7: Camponês vs Danshaku.


E assim o duelo teve início.


Sonan e Drak avançaram um para cima do outro, prontos para desferirem socos. Sonan fingiu acertar um soco, mas quando estava a centímetros do rei, ele desviou rápidamente se agachando e socou a barriga de Drak. Este conseguiu se defender, mas não da rasteira dada por Sonan logo em seguida.
Sonan aproveitou que o imperador estava vulnerável ao cair no chão, e acertou um corte frontal usando a Yuda no pescoço dele, mas Drak rapidamente rolou para o lado, evitando o golpe. Com um giro mesclado a chutes, Drak rapidamente se pôs em pé mais uma vez. Sonan não perdeu tempo, e logo tentou acertar outro corte frontal, dessa vez, nas costas. Drak mostrou ter reflexos impressionantes ao rebater o golpe. Um gancho de direita reverso para repelir o corte, um giro, e um soco direto, acertando o rosto de Sonan em cheio.
Ele andou para trás cambaleando, com o nariz sangrando. O Danshaku ficou supreso ao ver que o sangue do rapaz era muito mais escuro que o normal. Sonan largou a espada, se ajoelhou, e pôs as mãos em seu rosto, enquanto agonizava de dor.

Drak - Já se deixou vencer assim tão rápido? Pff...uma vez camponês, sempre camponês... - Andou até Sonan, pegou a Yuda, e estava pronto para desferir o golpe de misericórdia, enquanto o garoto ainda agonizava no chão. Mas logo ao pegar a Yuda, Sonan rápidamente se levantou, e com um Shoryuken, acertou o queixo de Drak com toda força. O soco foi poderoso o bastante para quebrar a maioria dos dentes do imperador e arremessá-lo a alguns centímetros para o alto. O imperador novamente estava caído no chão, e ficou impressionado com a força de Sonan, era como se o punho do rapaz possuisse um osso feito de aço.

Sonan - Não me subestime, velho desgraçado. Não sou como esses inúteis que te obedecem.

Drak - acabo de perceber isso... - Ele levantou tonto. - Não irei mais lhe subestimar. E irei lutar com tudo.

Sonan - Ahn? Mas já? Fraco! ¬¬

As várias marcas no corpo de Drak começaram a brilhar num tom de azul, assim como seus olhos. Num piscar de olhos, estava na frente de Sonan, ergueu-o pelo pescoço, e o arremessou longe. Sonan arrastou pelo chão até finalmente parar.

Sonan - Essa...foi...foda...

.

.

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Perto do palácio.

Akai - Porque você nos trouxe até aqui mesmo, Kyofu?

Kyofu - Em breve, Sonan precisará de sua ajuda. Apenas aguarde.

Ash - E como tu sabe disso, passarinho?

Kyofu - Eu apenas sei.

Ash - Gosto de tu, passarinho. :D

Kyofu - Akai, trate de ficar atento. Concentre sua areia o bastante para criar uma de suas nuvens.

Akai - Certo. - Akai faz o requisitado.

Kyofu - Agora só precisamos esperar.

Ash - *Assobiando*

.

.

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De volta ao jardim secreto.

A batalha havia ficado mais difícil para Sonan. Drak se movia numa velocidade impressionante, e Sonan é míope, o que dificulta ainda mais sua visão.
Um golpe de cá, outro de lá, o rapaz não sabia o que fazer, era como se o Danshaku estivesse em todos os lugares ao mesmo tempo.

Sonan - *Pensando* Droga...o que eu faço? Se continuar assim, ele poderá até mesmo me matar.

??? - Tente descobrir aonde ele surgirá.

Sonan - Ahn? Kyofu? Aonde você está?

Kyofu - Estou do lado de fora do palácio, e estamos nos comunicando por telepatia. Agora ouça: Quando se enfrenta um oponente rápido, a estratégia é simples: Ele vai aparecer de todos os lados, lhe atacando principalmente pelas costas. Se guie apenas pelo som e quando descobrir de onde ele virá, aja.

Obedecendo as ordens de Kyofu, Sonan se manteve parado, prestando atenção apenas no som. Podia ouvir Drak em alta velocidade, apenas prestando atenção no som do ar. Drak estava girando em volta de Sonan, apenas esperando a hora certa de atacar. Quando o momento chegou, o rei avançou para o rapaz pela direita. Sonan arremessou a Yuda na mesma direção, acertando Drak em cheio abaixo do tórax, perto da barriga.

Drak - AARRRGH!!!!!!

O rei caiu ajoelhado. Sonan aproveitou a chance, e chutou a Yuda, fazendo-a penetrar ainda mais.

Sonan - Desiste, seu velho filho da puta?

Drak cuspiu sangue. Sentia que ia morrer mais cedo ou mais tarde. E não aceitava o fato de que perdeu tão facilmente para um camponês

Drak - Vá em frente...me mate...você será caçado...e todos verão que um pecador nunca deixará de ser o que é...

Sonan - Se você tem tanta vontade de morrer, velhote, deixe que o tempo faça isso. Eu não vou sujar minhas mãos com seu nojento e repugnante sangue, nem vou perder mais tempo com você. Eu vim para pegar a Yuda de volta, não para te matar.

Sonan se aproximou do rei e retirou a Yuda com calma. Drak sentia a lâmina percorrer por suas entranhas, como não havia morrido ainda é um mistério. O garoto caminhou até uma das janelas no jardim secreto e subiu nela. Pulou logo em seguida.

Kyofu - Akai, agora.

Akai - Ok.

Akai fez uma nuvem de areia se formar, e Sonan aterrissou nela.

Sonan - Bem na hora, Kyofu!

Kyofu - Obrigado.

Akai - Ei!

Sonan - Finalmente consegui ela de volta. - Ele ergueu a espada como um troféu por sua vitória.

Akai - Porque ela está toda suja de sangue?

Sonan - Porque eu atirei ela na barriga daquele velho piranhudo e chutei ela, fazendo ela arrombar ainda mais a pança daquela desgraça. Muito nojento. Mas valeu a pena. Só preciso limpar e polir ela.

Ash - Ok...agora que o maninho conseguiu a espada dele de volta, vamos comemorar! Mas vamos dormir primeiro, já tá amanhecendo.

Kyofu - De fato, são cerca de 5:00 da manhã. Vamos. Todos vocês merecem descansar.

Akai e Ash - HOORAY!!!

Sonan - Sim, vamos.

Kyofu pousou nos ombros de Sonan e os 3 se puseram a andar, de volta ao seu caminho rumo a suas casas.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Juramento à Ordem - Capítulo 6: Um local misterioso

Kyofu - Vamos sair daqui.


Os 3 seguiram pela escura floresta, tomando cuidado, pois não sabiam o que as trevas que haviam ali escondiam. Sempre alertas, continuaram percorrendo pela mata até que encontraram sua saída. Estavam no vilarejo, já eram 2:00, e os 3 estavam prontos para voltarem para suas casas. Bom, pelo menos 2 deles estavam.

Sonan - Vamos para casa, vocês precisam dormir.

Akai - Sim, eu to morrendo de sono...

Sonan - Ótimo, então vamos. Ash, vamos! Ash? Ash? Onde tá esse cara?

Akai - Ali... - Ash estava dormindo no chão, o sono tomou conta de seu corpo de tal forma que poderia dormir até mesmo em pedras fumegantes.

Sonan - ACORDA, SEU MISERÁVEL!!!!!!!!!!

Ash - MAIS CINCO MINUTOS, MAMÃE!!!! EU NÃO QUERO IR PRA ESCOLA!!!! ç.ç

Sonan -Vamos para casa. Que droga, você não leva nada a sério? - Estava nervoso.

Ash - Levar a sério? Isso existe? :O

Sonan - Grrr...- respirou fundo - Vamos logo.

Então os 3 novamente se puseram a andar, em direção as suas moradias. Após uns 10 minutos de caminhada, Akai se lembrou de algo importante:

Akai - Ah! Sonan, não ouse ir--

Ash - Tem uns 10 minutos que ele picou a mula daqui, Vermelho.

Akai - ...Pegar a Yuda de volta...¬¬

Ash - Hehe.

Akai - Ash...

Ash - ?

Akai - PORQUE VOCÊ NÃO ME AVISOU ISSO A 10 MINUTOS ATRÁS???????????

Ash - Porque ele me pediu pra não abrir o bico. Eu sequer tenho um bico, o que você quer de mim?

Akai não acreditou no que ouvira. Ash deve ter 30 anos, e mesmo assim se comporta feito uma criança. Pensou no que poderia fazer. Iria ajudar? Iria deixar ele se virar? Iria assistir?

Kyofu - Não faça nada. - A voz da ave sôou pelos ouvidos de Akai, que agora, não se assustava mais com essa forma repentina do pássaro aparecer.

Akai - E porque não? - O ruivo nem se preocupou em perguntar como Kyofu sabia o que ele estava pensando. Estava aceitando esses poderes sobrenaturais da ave. Talvez rápido demais...

Kyofu - Ele sabe o que faz, não se preocupe.

Akai - Sabe o que faz? Sonan? HÁ! Você o conhece mesmo?

Kyofu - Não duvide de mim.

Akai suspirou

Akai - Tudo bem... - Ele estava duvidando por dentro, mas preferiu concordar.


Muito longe dali, Sonan estava a caminho do Castelo de Kirian, o palácio erguido em homenagem ao herói de Kuraiza. A moradia do Danshaku, e dos homens e mulheres mais importantes do reino. Como o rapaz havia chegado a um lugar tão longe de onde estava antes em tão pouco tempo, é um mistério. Ele olhou o palácio, o palácio olhou de volta pra ele, e por alguns segundos, um flash passou por seus olhos e sumiu, dando lugar a visão da Yuda cravada em um tipo de cristal transparente em alguma área que se assemelhava a uma floresta. Então aos poucos foi recuperando a visão.

Sonan - Mas que diabos?! - Ele tentava entender o que acabou de acontecer. Foi tudo tão rápido.

Sentia que algo o estava mostrando o caminho, e mesmo que não confiasse muito nesse "algo", decidiu segui-lo.

Se dirigiu para a direita do palácio, tomando cuidado para que ninguém suspeitasse de um rapaz rodeando o templo como se procurasse uma entrada alternativa. Após alguns segundos, ele encontrou trepadeiras na lateral, que levariam a algum lugar. Ele as escalou com uma certa facilidade, estava acostumado a isso. Chegou em uma beirada que era espaçosa até demais. Ele podia andar tranquilamente com folga de espaço. Isso era muito suspeito...
Como pode haver tanto espaço num lugar tão inapropriado quanto esse e como meras trepadeiras o aguentaram eram perguntas que passaram pela mente de Sonan enquanto ele caminhava.

Sonan logo percebeu que a tal beirada subia em espiral em volta do palácio...talvez fosse uma antiga escadaria que foi demolida? Era uma hipótese, mas não estava ali para isso.
Após uns 10 minutos subindo a "escadaria", ele estava prestes a desistir, quando encontrou uma parede com um símbolo que se assemelhava a um ser com olhos inexpressivos e 2 chifres enormes.

Sonan - Sem saída? Eu subi isso tudo e não tem mais como passar? Não é possível, isso tem que ser uma porta. - Ele estava certo. Após tentar empurrar a parede na esperança de que fosse um portão, a mesma se abriu.

Adentrou pela porta, onde encontrou escondido ali, uma espécie de jardim. Um jardim secreto. A essa altura, não se surpreendia mais, embora ficasse curioso com o estado do lugar.

Grama e plantas muito bem cuidadas, o verde delas era fantástico. Maçãs maduras como ele nunca viu, e flores tão cheirosas que nenhum perfume conseguiria se igualar. Talvez para ele, não se igualariam. Alguns pássaros viviam ali, mas era a única forma de vida presente, além dele mesmo. O reflexo do Sol passava por uma das janelas do lugar, e fazia a água de um pequeno lago possuir um aspecto cristalino.
Como uma área dentro de um castelo possivelmente abandonada poderia ser tão bem cuidada? Ele ficou admirando a beleza dali, e percebeu que o lugar era bem grande. A beleza do jardim o fez esquecer seu objetivo por alguns minutos, e um objeto ali presente o fez relembrar.

Sonan - YUDA?! - E ali estava, cravada em um cristal transparente, que se localizava no meio do jardim. A visão estava certa.

Sonan - Como essa coisa veio parar aqui?! - Ele rapidamente correu em direção a espada. Esperava tudo, menos encontrá-la de forma tão repentina e fácil. - Ainda bem que te achei, e não precisei lutar contra aquele velho desgraçado.

Drak - Eu não contaria com isso, meu jovem - Aquela voz grave e firme, capaz de impor respeito no mais feroz dos guerreiros, ecôou pelo jardim.

Sonan - Eu e minha boca grande... - Dizia ele enquanto tocava a cicatriz em sua boca. Junto com a sensação de que sua boca era maior do que realmente é -algo que todos sentiam ao observá-la- as lembranças -ruins- de como a obteve, também surgiram.

Drak - Porque lhe soltaram? Será que não sabem o quão pecador você é?

Sonan - Eu tive sorte.

Drak - Pois é, parece que terei que cuidar disso com minhas próprias mãos. Se sinta honrado por lutar comigo.

Ambos se puseram em guarda.

Sonan - Porque simplesmente não me desmaia como da outra vez?

Drak - Isso não será o suficiente, a mesma estratégia não funcionará 2 vezes. E casos desse porte devem ser cuidados pelo próprio Danshaku.


E assim o duelo teve início.

domingo, 4 de março de 2012

Juramento à Ordem - Capítulo 5: Julgamento.

Soldado - Chegamos

Ash - Mas que beleza! Esse é o nosso fim! Foi bom conhecer você, maninho! Nos vemos do outro lado! :D

Sonan - Mas que po...

Neste momento, Sonan vê outra carroça que havia chegado junto com ele, e esta levava Akai.

Sonan - Akai?

Akai - Sonan?

Kyofu - Kyofu :D

Ash - Ash :D

Kyofu - Ash :D

Ash - Kyofu :D

Sonan - CHEGA!!!

Akai - O que esses caras vão fazer com a gente?

Ash - Eu sei lá, maninho! Provavelmente nos matar :D

Akai - O_O

Sonan - Relaxa, Akai...ele é assim mesmo...

Todos os prisioneiros foram levados para dentro da masmorra. Era um lugar relativamente limpo, não haviam esqueletos, nem restos mortais.

Soldado - Fiquem aí, seus montes de lixos! Vamos ver que destino será escrito para vocês...

Um homem adentrou no local e suas vestes eram bem diferentes das dos soldados:
Usava um sobretudo preto, com uma armadura medieval igualmente preta por baixo. As ombreiras e os braceletes da armadura ficavam por cima do sobretudo, e ele usava uma máscara que nada mais era que uma placa preta escondendo sua face.
Havia uma espada embainhada presa na horizontal em suas costas, que aparentava ser uma espada de esgrima. Kyofu já sabia do que se tratava.

Sonan - Quem é esse?

Kyofu - Um Sudiya.

Sonan - E o que ele veio fazer aqui?

Kyofu - O mesmo que todos os Sudiyas fazem.

Sonan - ...

Kyofu - Ele veio julgá-los, seu animal!

O Sudiya, que até então, estava conversando sobre algo com um dos soldados, se virou para os prisioneiros com uma prancheta em mãos. Ele olhou para cada um enquanto lia o que havia escrito nela, enquanto os analizava. E então, começou o julgamento.

Sudiya - Antes de começar o julgamento, alguém tem uma pergunta?

Akai - Porque vai fazer o julgamento aqui e não na corte?

Sudiya - Eu também não sei...foram ordens diretas do Danshaku.

Akai - Vixi...

Ash - Posso ir no banheiro?

Sudiya - Se for solto, sim. BOM, vamos começar! O primeiro da lista é...Ash Mon True! De acordo com o que está escrito aqui, você retribuiu com a mesma moeda a um homem que havia matado sua esposa, certo?

Ash - Sim.

Sudiya - E além disso...Nada...Este foi o único crime que você cometeu.

Ash - Pois é...

Sudiya - Olha, como Sudiya, eu tenho que julgar com base nos crimes do pecador, mas eu sinceramente não sei o que fazer se tratando de uma situação que até eu faria o mesmo.

Ash - ...

O juíz olhou novamente a prancheta, e após alguns segundos analisando outros papéis...

Sudiya - Amigo, você tem muita sorte. Aquele homem era um criminoso que estava à solta faz muito tempo e era notório por estar assassinando mulheres aleatoriamente. Mesmo que o que você tenha feito seja um crime, você evitou que mais vítimas fossem feitas, então...

Ash -...eu to livre?

Sudiya - Sim, está livre. Mas sabe que se fizer isso novamente não terá sequer a chance de uma explicação ou de análise nos seus dados, certo?

Ash - Sim! :D

Sudiya - Por favor, soltem-no.

Um dos soldados presentes soltou Ash de suas algemas, e o levou para fora da masmorra.

Soldado - Você teve sorte...agora vá!

Ash - Ah...eu posso esperar aqui fora?

Soldado - E porque?

Ash - Eu quero ver se um amigo meu será solto também.

Soldado - Certo...

Alguns minutos se passaram, o Sudiya fez seus julgamentos, os que foram julgados inocentes, foram soltos, os culpados foram levados até uma outra sala e lá ficaram presos.

Sudiya - Pooooois bem, os últimos da lista são...Sonan Kodoku e Akai Reddoen...acusados de roubar a espada Yuda. Embora...um de vocês tenha feito bem mais do que isso...

Sonan - Não roubamos ela, que droga! Porque todos pensam que nós a roubamos?

Sudiya - Eu não sei! É o que está escrito! Reclame com quem me passou essas informações!

Sonan - ....

Sudiya - Pois bem...eu não tenho boas notícias a vocês, garotos.

Akai - *Gulp*

Sudiya - Vocês serão executados.

Akai - NOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!! EU AINDA TENHO MUITO PRA VIVER!!!

Sonan - Aquele velho coroca...

Akai - Esse é o nosso fim. T_T

Sudiya - É brincadeira. :D Soltem-nos, estão livres.

Akai - Obrigado! Muito obrigado!

Sonan - ...

O juíz olhou para Sonan.

Sudiya - E você, considere-se com sorte. Você tem tantos registros aqui que eu deveria lhe julgar culpado, mas, vou lhe deixar livre. O porque, nem eu sei.

Então eles se dirigiram para fora da masmorra. Sonan estava confuso com o que o oficial disse.

Kyofu - Espero que esteja agradecido.

Sonan - Com o que?


Kyofu - Digamos que eu tenha dado uma força para que você fosse solto.


Sonan - õ_ô?


Kyofu - Vamos sair daqui.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Juramento à Ordem - Capítulo 4: Conversas

Akai - OH MY GOD!!!

Sonan - parece que temos um desafio e tanto...

Akai - AGORA A PORRA FICOU SÉRIA!!!! @W@

Sonan - Larga de ser covarde, Akai!


Drak - Acalme-se! Não vim para lutar! 

Akai - Então porque veio?

Drak - Quando ouvi que o lendário artefato de nosso herói havia sido encontrado, e estava com 2 jovens, eu decidi vir pessoalmente para recuperá-la.

Sonan - Recuperar? Só por cima do meu cadáver!

Drak - Como quiser.

O imperador avançou contra os dois. Sonan e Akai se puseram em posição de combate, mas tudo que o líder fez foi por seus dedos indicadores sobre as testas dos rapazes, fazendo-os adormecerem. Pegou a Yuda e mandou os soldados levarem-nos.

Soldado - Qual a ordem, senhor?

Drak - Leve-os para a masmorra, e deixe que os Sudiya cuidem do resto.

Algumas horas se passaram.

Sonan - *acordando* Hein? Onde caralhos eu estou?

Kyofu - Finalmente acordou...

Sonan - Kyofu, onde estamos?

Kyofu - Veja sua volta, e deduza por si só.

Sonan olhou a sua volta. Estava em uma carroça, sendo puxada por um cavalo. Ele logo pode sentir que estava algemado. Estava sentado num banco improvisado na carroça, e outros prisioneiros estavam junto com ele.

Prisioneiro #1 - HÔ HÔ HÔ!!! Um pássaro falante?? Isso não é coisa que se vê todos os dias, amigo! Vejo todo tipo de fera falar, mas uma águia é algo raro!

Sonan - '-'...

Kyofu - Hehe. :D

Sonan - Enfim...para onde estão nos levando?

Prisioneiro #1 - Não faço a mínima idéia, colega! Provavelmente para nossa morte. :D

Sonan - E porque você está levando isso na brincadeira?

Prisioneiro #1 - Porque eu não temo a morte. E se esses são meus últimos momentos, que sejam felizes, tristeza não combina comigo. :D

Essas palavras o atingiram como mil estacas. Mesmo que fossem simples, ditas por alguém que ele nunca viu em sua vida, em um momento nada adequado - ou talvez fosse - elas o marcaram como ferro em brasa. Sonan ficou parado por alguns minutos, sem saber o que dizer, aquelas palavras ecoavam por sua mente.

Prisioneiro #1 - Mas então...o que você fez? Porque não trocamos algumas histórias antes de conhecermos aquele lindo ser encapuzado que carrega uma foice?

Sonan - Bom...eu fiz várias coisas...vááááárias...

Prisioneiro #1 - Então diga-as!

Sonan - Você primeiro...

Prisioneiro #1 - Certo então. Meu nome é Ash. E meu único crime foi ter matado um homem que havia matado minha mulher. Aquele miserável sacripanta bestial, desgraçado dos infernos! Espero que esteja no colo do capeta agora! :D

Sonan - E vingar alguém amado é crime?

Ash - Crimes são crimes, colega. Podemos ter mais de oito mil razões para cometê-los, mas isso não muda o fato de que são crimes, e crimes devem ser punidos. Aquele homem que matou minha mulher seria punido pela lei, mas como eu o matei, EU devo ser punido pela lei. É assim que funciona.

Sonan - E você não se arrepende?

Ash - Claro que não. Ao menos eu a vinguei. Mas mesmo assim, foi um crime, e eu tenho que pagar por ele. E estou disposto a tal. :D

Sonan - Caramba...

Ash - Sua vez, rapaz!

Sonan - Eu me chamo Sonan...e...nossa...

Ash - O que?

Sonan - Já fiz tantas coisas que nem sei por onde começar...

Ash - He, he, he. Temos um verdadeiro criminoso aqui, minha gente! Que lindo. Fico até comovido!

Sonan - Bom...eu...eu...eu já comi um cadáver...

Ash - O__O COMO?!

Sonan - Não, não no sentido maldoso. Falo de comer literalmente...

Ash - Ah, menos mal. :D

Sonan - É...

Ash - Mas o que aconteceu que o fez devorar um cadáver, rapaz? Tu deve ter ficado com um bafo de zumbi. Espera, você não é um zumbi, é? AFASTA! VADE RETRO CAPIROTO!

Algumas lembranças vieram à tona pela mente de Sonan neste momento. Ele estava acorrentado na parede, pendurado pelos braços, enquanto alguém lhe chicoteava.

Sonan - Só me lembro de estar com muita fome...muita muita fome...não me aguentava...eu ia morrer...e tive que tomar uma atitude para sobreviver...

Ash - Que triste, maninho. ç.ç MAAAAAAS, você sobreviveu! \o/

Sonan - \o/

Ash - Hey, pessoal! Não fiquem calados, contem suas histórias também! Quero ouvir a todos, e sei que todos querem falar!

Então Sonan, Ash, Kyofu e os outros prisioneiros conversaram por horas e horas a fio. Trocando histórias de  aventuras. Algumas trágicas, outras heroicas, todos falaram por muito tempo. Onde Akai estava era uma questão que sequer passou pela mente do rapaz naquele momento. A masmorra ficava numa área isolada de tudo e todos. Uma pequena prisão no meio de uma florestas com árvores muito altas e onde a luz do sol e da lua dificilmente conseguiam penetrar por entre as folhas das árvores. Eram cerca de 00:25 e  Sonan se perguntou se o festival já havia acabado. Novamente se indagou os motivos da existência de tal festival, mas ele apoiava, afinal, é melhor que uma morte seja motivo para uma festa com todos serelepes e pululantes do que um funeral com todos tristes e melancólicos.

Então a carroça parou. O soldado que a conduzia desceu e se dirigiu até onde estavam os prisioneiros.

Soldado - Chegamos.